LIDANDO COM OS CONFLITOS FAMILIARES E CONJUGAIS - Lição 2 A

ANSEIOS DA DOR LIÇÃO 2 - JÓ 19
(“muitas são as aflições dos justos, mas o Senhor de todas de todas os livra” Sl34.19)
Ele “vinha frequentando a escola a quase dois anos. Não falava de modo algum... Algumas vezes, sentava-se, mudo e imóvel,... ou engatinhava ao redor da sala, absorto em si mesmo... Outras vezes tinha violentos acessos de raiva. Os pais, os professores e psicólogos estavam dolorosamente confusos. Seria Dibs um retardado mental?” ( Virginia M. Axline, em “Dibs, em busca de si mesmo”).

“Eu sou um homem doente, sou um homem malvado... Creio que tenho uma doença do fígado. Se não me trato é por pura maldade de minha parte. Há muito tempo que vivo assim...Fui um funcionário muito ruim. Era grosseiro e tinha prazer em sê-lo... Menti não tinha prazer nisto. Verificava sempre dentro em mim elementos que se opunham...Isto me atormentava...eu estava fatigado, ...saturado”. Portanto “a vida de um indivíduo não se torna verdadeiramente viva se não participa da vida comum do universo” ( Dostoiévski, em Memórias do Sub-solo).

“Estava um frio medonho, ..o vento sacudia os ramos das catingueiras...Mas aquela brutalidade findara de chofre ( a seca), a chuva caíra, ...aparecera carregando troncos e animais mortos...Sinha vitória andava amendrontada...” ( Graciliano Ramos em vidas secas).

“- Vem amargo condutor! ...guia repugnante! ... Por minha amada! Ó honesto boticário tuas drogas são rápidas... Assim morro...
- Oh bendita adaga! Esta é tua bainha! Enferruja aqui ( no peito) e deixa-me morrer!” ( Romeu e Julieta em obra homônima de William Shakespeare).

Qual o ponto comum destas citações ? A DOR.
O sofrimento de pessoas. A Dor da Mãe e do próprio Dibs, ante o inesperado da vida, e de seu autismo. A Dor da miserabilidade pessoal, de um homem no fundo do poço. A Dor da sobrevivência por falta e por excesso de água. A Dor do conflito familiar entre Montecchios e Capuletos, impedindo o grande amor de Romeu e Julieta.

Por isto Jó é um livro fantástico, pois retrata a o sofrimento humano, algo tão real e atual, cerca de 1500 aC.
Seu pano de fundo muito mais que uma disputa entre Deus e o Diabo, ou uma forma de castigo divino, é uma questão de confiança divina no caráter de um servo justo e fiel diante da dor, do sofrimento agudo da alma. Ou seja é um livro magnífico sobre sofrimento e fé.
Muitos crêem que o tema do livro é apenas o sofrimento como consequência do pecado pessoal, este é o raciocínio dos amigos de Jó e do povo judeu, pois Deus abençoa sempre o justo e fiel. Contudo isto é um sofisma, um argumento falso, e faz parte da visão limitada e destorcida do homem, pois em verdade Jó é justo e fiel diante de Deus, e este não quer castigá-lo, ao contrário, Deus o ama profundamente e crê que seu servo pode adorá-lo simplesmente por sua santidade, soberania e glória.
Outros entendem que Jó é coisa do passado. Pois em Cristo somos mais que vencedores e como dizem alguns ou levam gravado em seus carros: “em Cristo é só vitória” contudo a realidade continua castigando o ser humano. E o Senhor Jesus nos declarou “no mundo tereis aflições”, bem como Ele mesmo é o servo sofredor de Isaías 53.
Logo, a grande verdade é que o livro trata efetivamente daquilo que mais nos perturba e abala, a dor. Interessante porém que seu foco se dá na fidelidade e nos anseios do homem ante a agonia de um coração torturado pelas angustias e aflições da vida.
Para Lutero Jó era um livro magnïfico e sublime. Creio porque Jó anuncia os anseios ante a dor, a insuficiência da compreensão humana diante do sofrimento, e a sua total dependência de Deus e de seu socorro.
O livro é apaixonante, em particular neste capítulo, pois revela toda nossa fraqueza humana. Nos despi de toda aparência santa e espirituosa. E nos coloca com um coração frágil e escancarado diante de Deus, e até mesmo dos homens.
Mas é, também, um livro que nos pode nos ajudar a aliviar a dor daquelas ovelhas que choram e sofrem dia a dia. As quais, por vezes, como pastores, diante de suas dores, nos sentimos impotentes e sem palavras, mas com o coração quebrantado. Cientes, e desejoso de revela-las, que não obstante tanta dor, Deus é nosso Pai; Cristo é nosso Senhor e redentor, nos ama e confia na nossa integridade cristã; e que não estamos sozinhos, mas o Espírito Santo nos auxilia na nossas fraquezas (Rm 8.26). Daí o desejo levar a reflexão sobre:

OS ANSEIOS DA DOR
O capítulo 19 é um divisor de águas. Nele Jó passa do sentido de abandono para a firmeza da fé. Quando ele se encontrava no meio do turbilhão, envolvido em discursos e argumentações de seus amigos, as quais ele sabia inverídicas (ele não estava em pecado) Assim, neste momento (Cap 19), quando todos os tinham deixado, ele clama, grita por socorro e declara todos seus anseios.
Traremos na próxima semana

A paz de Cristo Jesus, nosso salvador e a sustentação do Espírito Santo, nosso consolador seja com você.
Pr Alex Carneiro
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