A Trindade Caminho de Espiritualidade - Parte 2

A Trindade Caminho de Espiritualidade - Parte 2
Texto Central Ef 4.4-6 – no VT Is 48.16; no NT 1Co 12.4-6

Continuando nosso estudo, cremos e damos a devida importância as pessoas da Trindade mas ainda não entendemos sua relevância e força para nossa vida Cristã diária. Daí a importância desta doutrina para resgatarmos a Trindade para o culto, para a unidade da igreja e para o desenvolvimento de nossa espiritualidade. Para descobrirmos a TRINDADE: como um CAMINHO de ESPIRITUALIDADE CRISTÃ. Mas isto é um desafio.

1 - O DESAFIO DA UNIDADE
A pós-modernidade se caracteriza por alguns elementos, como o privatismo e o relativismo. Naquele cada um pode e deve viver como quiser, tem direito a viver sua vida independente e sem intromissões ou padrões sociais. É a exacerbação do indivíduo. No relativismo, não há uma verdade única, e portanto cada cabeça uma sentença, a verdade é a sua visão. Ambos se completam. Este individualismo e relativismo pós-moderno nos levou a um processo de fragmentação, tanto nas relações humanas como na nossa relação com Deus. Perdemos a visão de corpo e de absolutividade.
Um reflexo disso são as preferências ou preponderância pelas pessoas da Trindade.
Há os históricos ou tradicionais que dão preponderância a Deus Pai, a fim de ressaltar a soberania e a justiça de Deus, e tratam algumas posturas como de pessoas que tem “mania do Espírito”.
Há os chegados a pietude e caridade e se centram no Deus Filho, se dedicam a ética e beneficência. As ações caridosas de Cristo são a sua marca, são os que vêem nas obras a salvação ou crescimento.
E existe os espiritualistas que estão sempre buscado viver “no Espírito”, se caracterizam pela “experiência espiritual”, pois são estas que os mantém “avivados”, são os pentecostais ou carismáticos.
O problema é tão grande que cremos no mesmo Deus, somos todos salvos por Cristo e mantidos pelo mesmo Espírito (e é assim que deve ser pois é a Trindade que nos faz viver, nos salva e mantém), contudo não conseguimos viver como uma só Igreja, precisamos nos constituir em denominações. E sabe o que mais me impressiona, é que a Trindade compreendendo a diversidade para unidade do corpo e rebanho universal, permite que vivamos assim. Mas se entendêssemos a essência da Trindade e respeitássemos a diversidade nossa unidade da Igreja de Deus seria outra e não discutiríamos mais sobre a importância e valor de nossa fragmentação unitária, pois saberíamos que não há preferências na Trindade mas unidade e coerência.
No entanto temo que quanto mais a pós-modernidade avance mais nossa fragmentação se consumará. E isto nos aponta para o fato de que nossa compreensão de Deus é profundamente afetada por nossa mente secularizada. Vemos e vivemos nossas relações com Deus e com outros não a partir do modelo bíblico mas sim do padrão pós-moderno, que é místico não discute a existência de um ser superior, mas é privatista e pluralista, onde posse escolher o melhor deus ou modo de adorar como melhor entender e quiser. Assim ignoro a visão de corpo, de diversidade na unidade da Trindade para mim e para a Igreja.

Para igreja a visão correta da trindade é importante para sua vida e convivência. Sabendo que há diversidade de pessoas mas na unidade do Corpo, e corpo cuja cabeça é Cristo. Como na Trindade, há uma RELAÇÃO de UNIDADE e DIVERSIDADE”.
Diversidade que é importante porque é na diversidade de dons e pessoas que a unidade do corpo cresce: Ef 4.15,16 “seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxilio de toda junta, segundo a cooperação de cada parte, efetua seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor”.
Em suma, a igreja deve ser um reflexo da Trindade. Onde não há distinção entre as pessoas pois são todas divinas, mas onde há diferença nas formas delas operarem e se relacionarem com a criação. A igreja deve conviver na diversidade de seus membros mas na unidade de pensamento, ações e propósitos – Fp 1.27 a 30 e Fp 2.1 a 4.

Mas a trindade tem sua importância não só para a Igreja como corpo mas, também, para nós, individualmente como crentes. E para nós, de maneira pessoal a importância sobre a Doutrina da Trindade está ligado ao relacionamento e santidade. Ela nós apresenta a unidade na diversidade de pessoas plenamente santas, e assim nos ensina a essência da relação pessoal, da expressão de unidade, da unidade com diversidade refletida em todas a nossas relações. Por isso a Trindade não só nos leva a o desafio da unidade como corpo mas também ao desafio da nossa vida espiritual a partir do padrão do Deus-trino.

Continuaremos na próxima semana. Deus os abençoe. Pr. Alex Carneiro