LIDANDO COM OS CONFLITOS FAMILIARES E CONJUGAIS - Lição 10

ADMINISTRANDO A PERDA - LIÇÃO 10 - Sl 23 Hb 3.18 e 4. 14 a 16
Existem circunstâncias da vida, muitas vezes inevitáveis, que nos causam muita dor, a perda é uma delas. O falecimento de um ente querido ou amigo. A perda da capacidade de trabalho ou do emprego. A perda das condições da vida. A perda do cônjuge ou pais pela separação conjugal.
Deus nos criou para a vida harmônica e de domínio, isto é de controle sobre as circunstâncias, mas isto foi, e é, quebrado por nós (Gn 1.27, 3.16 a 19). Por isso sentimos tanta dor, para nós é antinatural a quebra de harmonia e a morte. Bem como as perdas, em regra, expõem nossa impotência. Outro fator complicador é o pouco, ou nenhum, tratamento de assunto como morte, doenças graves, desemprego etc.
A dor da perda pode alterar a disposição não só emocional e física, mas também a espiritual, pois em regra nos atinge por completo. Estas reações dependem da pessoa, de seu temperamento ou modo de ver a vida. Por isso a reação a perda pode provocar reações de varias formas. As pessoas podem sentir cansaço, choque, confusão, desespero, superatividade ou dedicação radical, desânimo, depressão, rebeldia.
COMO ADMINISTRAR A PERDA?

a) Sugestões ao apoiador:
Para ajudar precisamos compreender que a pessoa não está em seu estado normal, logo procure não julgar ou criticar. Ela está com e na dor, e convivendo com as diversas reações e atitudes que podem aparecer. Lembre-se também que podemos dirigir nossa razão mas nem sempre, ou totalmente, nossa emoção. As vezes não se queremos ficar tristes, mas ficamos. Expresse ao outro seu interesse e preocupação as suas dificuldades.
Para ajudar é preciso, também, perceber qual área e reação deve ser cuidada – emocional e/ou física? O desânimo ou a raiva? Precisamos tomar o cuidado devido e agir com paciência e atenção, para compreender e para exortar a pessoa para que não se entregue ou desfaleça.
Devemos tomar estas atitudes sempre com com cautela, equilíbrio e oportunidade (na hora certa).
Não mensure o problema a partir de você, cada ser humano reage e pensa de uma forma diante da dor e sofrimento, desta forma estaremos respeitando os sentimento do outro.

b) Sugestões para quem sofreu a perda:
Busque firmar sua fé. Creia que Deus não está alheio a sua dor “Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque tu estas comigo; a tua vara e cajado me consolam” Sl 23.4. Procure não se revoltar, e não busque razão para tudo - nem tudo é lógico e/ou está sob nosso controle. Acredite na soberania de Deus, admita o problema e trate-o dentro da realidade e de sua possibilidade. Procure ajuda ou compartilhe sua dor, logo, não se isole; ou creia no seu auto-controle ou auto-suficiência. Cristo não viveu só, e nas dificuldades, Jesus procurou estar com amigos (Getsêmani);

- Em casos de morte: chore sua dor, mas não se entregue; apóie-se nos aspectos positivos do querido que se foi; pense em você e nos outros que precisam de você, que fazem parte de sua vida ( é provável que este seja o desejo do que se foi). Não assuma a vida do outro, se ele era o “pai de todos”, você não precisa ser.

- Em caso de desemprego. Precisamos saber que o trabalho dá a sensação de honra e utilidade, por isso sua perda é algo também duro, principalmente para líderes da família. Pode gerar sensação de peso, inutilidade, irritação etc. O melhor a fazer nesta ora é não desistir. No início, se possível descanse um pouco, mas depois, busque novas perspectivas ou áreas(pesquise o que tem oportunidade de crescimento); persevere em manter-se em atividade(mesmo fora da área); cuide-se intelectual e profissionalmente (faça cursos ou treinamentos). Acredite em você e fuja do que pode levar apatia ou depressão. Creia você não está só ( Deus sempre está conosco); olhe ao seu redor há outros como você. Acredite em sua capacidade. Prepare-se para ser empregado de novo, deixe currículos prontos e, se possível, faça cursos, visitas e contatos com amigos da área.

- Em caso de enfermidade: conscientize-se que nem sempre ela tem fundo espiritual, mas os problemas, em geral, sempre atingem a pessoa no corpo, alma e espírito. Assim pode ser natural a diminuição na intensidade da fé e de ações religiosas. Procure um tratamento, e se necessário ouça mais de um opinião especializada, isto pode ajudar e evitar problemas (em particular nas doenças graves e em casos de cirurgia). Procure, se possível, manter-se em atividade e em contato com as pessoas, o relacionamento é bom para consolar e vermos que outros enfrentam ou enfrentaram seu problema. Se sua enfermidade diminuir sua capacidade de trabalho, pense se não é uma oportunidade para buscar novos ( e até melhores) caminhos.

- Em casos de separação conjugal: os conflitos anteriores à separação e ela própria podem trazer para a família danos de repercussão presentes e futuras. Há psicólogos que dizem que as emoções e atitudes são semelhantes aos casos de morte, pois a grande ruptura; a estrutura familiar entra em colapso; pode surgir sentimentos de medo, solidão, frustração, baixa auto-estima, sensação de derrota. Os filhos ficam sem saber a quem se leal, e não entendem a raiva e/ou ressentimento dos pais, e, por vezes, ficam confusos com a guarda e visitas. Por isso o melhor é não separar – este é o princípio bíblico, mas se a situação for insuportável ou fora de controle (por causa da dureza do coração), talvez seja cabível, mas entendo que sempre em último caso. Pois talvez o problema seja de compromisso, de linguagem de amor, carência afetiva, falta de empatia e/ou simpatia etc. Pela sua semelhança com a dor da morte algumas sugestões aplicadas a ela podem ajudar, além de: aceitar por um tempo a rebeldia ou afastamento emocional seu e dos filhos – as vezes precisamos nos proteger. Conscientize-se que a vida não se resume a uma relação; creia no seu valor, não guarde rancor e/ou agrida ao outro. Tenha paciência, dê tempo ao tempo. Busque ajuda para todo o processo, e principalmente para após a separação. Saiba que a separação pode acabar com o conflito, não com a dor, medo, carências etc.

Precisamos procurar ajuda de profissionais que nos ajudam a passar por algumas dessas perdas.
E por mais que fiquemos abatidos, devemos trazer nossas dificuldades diante de Deus em oração e súplicas, com ação de graças. E quanto às necessidades, dificuldades e todas as perdas que passamos, podemos em tudo exercitar a nossa fé no poder de Deus e no seu amor.

A paz de Cristo Jesus, nosso Salvador e a sustentação do Espírito Santo, nosso consolador seja com você.
Pr Alex Carneiro
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