LIDANDO COM OS CONFLITOS FAMILIARES E CONJUGAIS - Lição 9

DESCOMPROMETIMENTO OU OBSESSÃO - LIÇÃO 9 - Rm 13.8 a 10 e Rm 14.7 a 17

Os textos em destaque nos dão a visão de envolvimento e suprimento de necessidades nos relacionamentos. Quando isto não ocorre geralmente enfrentamos relacionamentos que sofrem por falta de compromisso ou por desvio excessivo de dedicação. As figuras mais comuns nestes casos são a irresponsabilidade ou a obsessão. Num primeiro caso a pessoas não se envolve nas questões familiares, no segundo ela em geral se demasiadamente, mas só em um fator das necessidades familiares.
Na abordagem destes casos agrava muito a situação nosso temperamento ou atitudes, se somos coléricos ou controladores, trataremos a questão com irados discursos ou represálias, por outro lado, se fleumáticos ou pacíficos, sofremos em silêncio ou nos omitimos. Em ambos não tratamos do problema ou ajudamos na melhora e/ou solução.
Inicialmente devemos lembrar que precisamos ter um visão da origem do problema, e depois que esta visão objetiva da realidade deve ser regada com a fé no poder do amor ( Rm 13.8 a 10).
Busquemos trilhar o primeiro passo, da objetividade. Primeiro precisamos ver se a falta de dedicação vista por um não é por causa da dedicação estabelecida por outro. Podemos exemplificar isto com o caso de Onézio e Florinda, ele achava sua mulher irresponsável por que a casa vivia uma bagunça, suas roupas não eram passadas, e porque sua comida estava sempre fria. Ela, que foi criada pela vó, resolveu que quando casada seria a melhor mãe do mundo, e que a casa e demais cuidados estariam em segundo plano quanto aos cuidados com os filhos, e de fato era uma mãe extremamente cuidadosa.
Outro caso de obsessão versus irresponsabilidade era o de Orozimbo e Eudarda. Ele passou por muitas necessidades e prometeu para si mesmo que daria tudo melhor para a família. Assim, tinha dois empregos e sua casa tinha de tudo do bom e do melhor, mas seus filhos e cônjuge não o viam se não aos domingos, isto quando não levava trabalho para casa.
Nestes casos ambos têm suas razões, mas estão vendo as coisas pelo ângulo errado. Precisamos aprender com a Bíblia a prioridade de Deus. Na ordem de relacionamento e dedicação, Deus primeiro criou o homem para relacionar-se com a Trindade, depois estabeleceu o relacionamento conjugal, depois o familiar e só depois vemos na Palavra culto e trabalho. Como Deus deu prioridade a Ele e a família. Por isso o texto de Rm 13 fala em débito de amor , e o capítulo anterior (v.9) fala em “amor sem hipocrisia”.
Neste caso a resposta pode estar no valor da auto-estima, no suprimento de necessidades. Gary Chapman diz o seguinte quanto aos relacionamentos: “Quando a necessidade emocional de ser amado é suprida, cria-se um clima onde as pessoas conseguem lidar com outras áreas da vida de forma muito mais produtiva”.
Além disso, outros aspectos podem ser levados em conta, como:
a) As pessoas podem estar seguindo um modelo. Talvez seu pai age ou agiu assim. Talvez uma pessoa de “aparente sucesso” age assim. Talvez esta seja a única forma que ele conhece para fazer as coisas.
b) Ao contrário pode ser que esteja se rebelando a um modelo. Um filho, por exemplo, que não recebe atenção, pode ficar obsessivo por videogame ou deixar de se cuidar ou de fazer tarefas por que vê no excesso de dedicação ao trabalho dos pais a falta de atenção para com ele. Por outro lado, um pai viciado em trabalho pode gerar uma futura mãe que prefere deixar tudo de lado e cuidar só dos filhos etc, etc.
c) As pessoas podem não se dedicar ou serem obsessivas por depressão, baixa auto-estima ou frustração com seus resultados. Se um pai desde de pequeno diz alguém que ele “não presta para nada”, ou “não sabe fazer nada direito”, isto pode criar desvalorização pessoal, ou desânimo profundo quando esta pessoas enfrentar derrotas (ainda que sejam parte da vida). Outros se dedicam demais porque querem demonstrar seu carinho ou valor. Uma palavra quanto a isto: Deus nos ama incondicionalmente precisamos crer nisto e/ou amar assim. A criança não ganha sobremesa só se for boazinha, mas porque a amamos e queremos que se alimente bem.
d) Podem ainda as pessoas agiram com irresponsabilidade ou excesso de dedicação por falta de limites. O valor das coisas exigem cuidado e equilíbrio, e o que leva a isto e o estabelecimento de limites, principalmente com relação a pessoas. Dizer não faz parte dos relacionamentos. Os limites põem as coisas dentro da ordem ou prioridade adequada. Pessoas valem mais do que tarefas, objetivos e coisas. E comprometimento faz parte dos relacionamentos, o limite pode sedimentar esta visão e atitude.
e) Tais desvios podem ter origem fisiológicas, tais como, depressão, vícios de compulsividade, hiperatividade, fobias etc.

O QUE ISTO NOS ENSINA?
Muitas são as possibilidades, o importante É descobrirmos a razão real de cada caso, e não aborda-los com simplicidade e inocência.
Após uma visão objetiva do fato, precisamos ter atitudes positivas e eficazes, remediar, esconder ou adiar o tratamento da questão só tornará mais difícil a solução ou melhora.
Não devemos julgar ou atacar as pessoas, mas analisar e atacar os problemas, respeitando a limitação, temperamento e visão de cada um, dando importância a Deus e as pessoas (Rm 14.7, 10, 12e17).
Algumas sugestões de atitudes e reflexões para atacar os problemas:
a) Observe ou analise o histórico de vida ou familiar seu e de seu cônjuge; e, então, tente ver as coisas segundo a perspectiva dele;
b) Reveja suas prioridades. Será que estamos vivendo segundo a ordem de Deus?
c) Pense nas necessidades emocionais, espirituais ou físicas que você pode estar em débito com as pessoas da família(Rm 13.8);
d) Procure usar palavras de afirmação ou, conforme o caso, diga não ao que não atende as prioridades de Deus para o relacionamento;
e) Dê atenção a seu cônjuge e/ou filhos. Procure ouví-los. Gaste mais tempo com eles. Ou então veja se é necessário atitudes para que eles assumam suas partes no relacionamento familiar.
f) Não deixe de pedir ajuda, conforme o caso, a um conselheiro, terapeuta, médico, amigo ou irmão equilibrado, discreto e confiável.

A paz de Cristo Jesus, nosso Salvador e a sustentação do Espírito Santo, nosso consolador seja com você.
Pr Alex Carneiro
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