ADUBANDO E RESTAURANDO O JARDIM DO CASAMENTO - Parte XVII - B

ADUBANDO O JARDIM: A SEXUALIDADE - Parte 17 B
Uma questão delicada: Enfrentando a Infidelidade
QUANDO NECESSÁRIO, PEÇA E OFEREÇA PERDÃO

Erramos muito nos conflitos conjugais. Quando não fazemos isto por gestos e atitudes, o pior de tudo, fazemos com palavras. O que dizemos pode ser uma arma mortal, a qual quanto mais se usa mais fica afiada. Por isso não há conflito, por mais simples que seja que não requeira de nós desculpas. Desta forma, na busca da restauração esteja pronto tanto para pedir como para oferecer perdão, é indispensável a sinceridade e o arrependimento.
O perdão quebra barreiras; alivia fardos, dá paz ao coração e limpa a culpa. Em regra o perdão abençoa mais a quem oferece do a quem recebe, pois o ofertante não será devedor de nada e terá ainda como crédito o amor e a misericórdia.
As atitudes citadas de ouvir, ver objetividade, assumir responsabilidade e pedir e conceder perdão, exigem que eu tome iniciativa e faça a reflexão e assuma a minha parte firmado no amor de Deus, e segundo ele. Ciente que isto não me garante e dá o direito de requerera mesma atitude do outro. Pois é a fé na providência e soberania divina, e a forma que sinto e penso que são essenciais para as minha visão e atitudes diante dos conflitos, não o outro. Isto pode me dar objetividade e me levar a atitudes adequadas.
Por isso sugerimos que recuse como verdadeiros os ditos populares e não deixe que as emoções e subjetividade conduzam suas ações. E olhe para as circunstâncias e conflitos não só como um problema mas também como uma oportunidade para crescer (Tg1.2a4).
Se houver ainda medos e dúvidas, creia na graça de Deus e de Seu cuidado (caso de Elias) e peça a “Deus sabedoria, que as todos dá... peça porém com fé”. Não viva apenas dentro de suas expectativas (que podem ser falsas) ou dirigido por suas emoções, podemos ver os problemas e agir diante dos conflitos de modo inadequado, agravando, ao invés de amenizar ou solucionar nossos sofrimentos, assim, resolveu, então não mexa em assuntos ou problemas passados. Cuide dos problemas e não de remoê-los ou reforçá-los. A solução de conflitos exige muita HUMILDADE e AMOR à semelhança de Cristo.
Perdão não é fácil, mas é como tirar qualquer responsabilidade sobre nós e está aberto para o consolo de Deus, pois Ele é um Deus de perdão.

PENSANDO UM POUCO MAIS SOBRE RESTAURAÇÃO

Poderíamos simplificar tudo que dissemos afirmando que nossos conflitos são causados pela nossa natureza adâmica - o que seria verdade, no entanto não nos ajudaria a entender as causas e evitá-las. Mesmo porque não é só nosso egoísmo que é fonte de nossos conflitos. Creio que no relacionamento conjugal a falta de entendimento de nossas diferenças são também uma forte fonte de conflito.
Não podemos ignorar que conflitos ferem, mas precisamos também entender que conflitos às vezes são apenas falta de entendimento sobre nossos temperamentos ou modo de ver ou sentir, não só como pessoas mas também como homem e mulher.
Compreendendo que tais diferenças não são defeitos, mas características que podem nos enriquecer ao nosso relacionamento e a nós como pessoas. Junto com as questões tratadas precisamos entender que restauração é uma palavra chave e relacionamento saudável é um conceito importante para lidar com os conflitos.
Diante dos conflitos precisamos lembrar que nossos votos conjugais, são promessas futuras, para os momentos difíceis de adversidades conjugais. Nossa decisão traz a reboque o compromisso.
Compromisso de amor que é minha decisão para ser aplicada no processo de construção de um relacionamento saudável e dos momentos de conflitos onde são necessários as difíceis atitudes de perdão e restauração. Sendo o perdão um sentimento de foro profundamente íntimo. Que envolve a necessidade de sarar feridas, ofensas, muitas delas repetidas anos a fio.
O perdão é uma bênção para quem oferece e para quem recebe. Para quem oferece porque retira qualquer peso e o exime de quaquer responsabilidade sobre a reação e vida do outro, bem como o livra para continuar sua vida, além do fato de aproximá-la profundamente do caráter de Cristo. Para quem recebe é um alívio, pois opera a retirada de um fardo de culpa. E mesmo sem arrependimento, independente da atitude do ofensor, liberar perdão é uma passagem para viver com a consciência que fizemos o melhor de nós.
Por que falar de perdão? Porque ele, junto com o compromisso, é fator primordial para vencer conflitos e para a manutenção e restauração do relacionamento conjugal.
Como dissemos restaurar é recuperar, reparar, revigorar (dar nova força ou vigor). Biblicamente restauração (apokatasis- At 3.19 a 21) está ligada a idéia de ação messiânica de uma nova vida, de certa forma da recuperação do homem a condição anterior a queda. Desta forma poderíamos pensar em restauração como afastamento do pecado, abandono dos erros e condutas. O que biblicamente a restauração exigiu, ainda, o sacrifício de Cristo o que nós apresenta uma outra face.
Se fizermos uma comparação (analogia), exigirá de nós um amor sacrificial (ágape) e perdoador. Desta forma, restauração requer por um lado a mudança de atitude - o abandono definitivo daquilo que atinge o relacionamento, o que só ocorrerá com decisão de mudar e de arrependimento. E por outro lado requer a decisão de perdoar, de amar sacrificialmente - o que também é uma mudança de atitude. Há, assim, um remédio para o conflito mas que requer esforço e compromisso, e que exige espontaneidade, pois não há arrependimento, perdão ou mudanças verdadeiras sem liberdade e sinceramente.
Cabe ressalvar, que após lutas, feridas e discórdias não se chega ao arrependimento, ao perdão e a mudança sem esforço. Nossa natureza de orgulho ou vaidade sempre irá lutar contra nós. Cabe lembrar, ainda, que num relacionamento conjugal, em regra, ninguém está isento. Quer porque se omitiu em alguma coisa, quer porque não impôs limites, ou até mesmo porque não dispensamos o cuidado devido a nosso cônjuge.
E, preciso considerando o fato de que o Senhor Jesus não aceita o divórcio mas entende a dor da infidelidade. Daí usar das palavras de Moisés sobre “a dureza do coração” - Mt 19. 9; isto é, da grande dificuldade de perdão, de lidar com as feridas e ofensas não saradas e/ou esquecidas. Assim, é preciso que nenhum de nós julgue estes casos, já que não podemos medir a dor de cada um e a extensão da infidelidade vivida por outros.
Reflitamos um pouco sobre a experiência de John Drescher, conselheiro cristão. Ele conta que atendeu um casal e depois de ouvi-los, perguntou como eles se sentiam. O casal respondeu que não sentiam mais amor um pelo outro. Ao que Drescher respondeu:
“só há então uma saída: aprender a amar de novo”.
Talvez este fato esteja ligado aos Ciclos de Relacionamento conjugal propostos por alguns estudiosos:
1º - Eles se apaixonam, e casam.
2º – Eles entram em conflito e perdem o interesse e/ou amor um pelo outro;
3º - Eles solucionam o conflito e descobrem ou redescobrem o valor do casamento e, em regra, voltam a sentir amor um pelo outro.
O problema é que nem todos que chegam ao segundo estágio ou passam pelo terceiro, pois a passagem pelos conflitos, muitas vezes,
requer perdão e compromisso (amor sacrificial e mudanças) o que é muito difícil, pois os conflitos são recheados de ofensas e magoas. Assim, não se pode falar em aprender a amar de novo sem confissão e perdão para curar feridas. E sem um firme propósito de restaurar, pois este é um processo difícil, que leva tempo, exige trabalho duro e complexo, mas é possível e abençoador.
Uma expressão importante a se pensar é: TOLERÂNCIA.
Tolerar é aceitar ou desculpar erros, obviamente, dentro dos limites da dignidade. É, portanto uma atitude imprescindível para evitar ou solucionar conflitos e restaurar os relacionamentos. E creia:“não existe casamento tão ruim que não possa ser consertado... e tão bom que não possa ser melhorado (Pr. Adão C. Nascimento). Afinal Deus é o autor do casamento e o Senhor da graça.
Outra expressão essencial para o perdão e restauração é amor.

Deus o abençoe!
Pr. Alex R. Carneiro
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